Cartas para um alguém
* Este post não tem tópicos, ensinamentos ou nada clichê. É apenas um desabafo*
Já se questionou até onde você pode chegar por alguém? Até onde você daria "todo o seu amor? Você ao menos já passou pela dor de gostar de alguém que também "gosta" de você e teve que deixa-lá ir?
Desde pequenas nós somos ensinadas que o amor é algo romântico, que deve ser semeado, somos ensinadas a dar uma, duas ou até três chances a quem não merecia nem que nós o olhassemos na cara mas mesmo assim nós permanecemos lá.
Não sei se é comum para todas as moças mas na faixa dos meus 15 anos tudo que eu queria era viver um amor intenso, de novela. Eu acreditava em todas essas coisas clichês de filmes e esperava que um "príncipe pudesse me salvar da torre".
E eu estou contando isso porque é a história de várias garotas da minha idade..e também é a causa da entrada delas em relacionamentos "ruins" na esperança daquilo que a preenchia (ledo engano)
Acredito que esse meu pensamento tenha vindo por meio de pessoas que eu admirava, que começaram também a namorar nessa idade com pessoas um tanto que mais velhas, nem preciso dizer que com tantas características meu olho brilhava.
Eu me apaixonei nessa época e nem preciso dizer que na verdade arranjei um motivo para sofrer. Não tinha nenhuma coragem de tomar uma iniciativa em pró do meu amado e nem ele em pró de mim, éramos duas crianças..
Se tem coisas que marcaram este romance estes foram;
- músicas/serenatas;
- indiretas (típicos de um relacionamento adolescente);
- e muita falta de iniciativa de ambos;
Sem contar que foi uma paixão platônica daquelas que você só vê em filme. Um amor que surgiu sem contato, toque apenas as nossas vontades imensuráveis de ficar juntos e nossa covardia.
Não terminamos de fato porque nunca começamos nada. Seguimos nossas vidas um pra cada caminho sem despedida, sem tempo para se arrepender.. o destino encarregou de levar ele, assim como trás as ondas para a praia.
A dor do primeiro amor foi imensurável, não sei se há uma comparação que deva ser mencionada mas certamente fez um estrago no meu coração,o medo de se apaixonar novamente era visível!
Amar alguém e deixá-lo ir é uma das coisas mais difíceis a se fazer mas talvez o destino nos queria assim.. longe um do outro..
Percebi isso depois de inúmeras tentativas sem sucesso de "reconciliação" tentando agarrar em mim uma pessoa que já não "queria" ficar, as dificuldades da vida adulta também ajudaram a abrir meus olhos para o sofrimento que eu prolongava
Só duas coisas me vêem na cabeça;
- Por que eu deixei tanto tempo essa situação continuar?
- Por que eu não fui embora quando deveria ir?
Só uma resposta plausível me vem a mente, *dependência emocional*.
Talvez esse tal amor que eu sempre senti tenha sido apenas dependência, porque ninguém nunca vai precisar deixar ir um amor que é seu e que merece ficar com você. A questão é que surgimos na vida do outro em momentos frágeis e nos completamos no nosso próprio fracasso fazendo juras que jamais poderíamos cumprir além de quê, éramos incompatíveis o suficiente para nos mantermos juntos e fracos o suficiente para caminharmos sem a falsa ilusão que um proporcionava ao outro.
Não discarto todo o ensinamento que ele deixou em minha vida, e nossa, como eu aprendi.. o trauma? Veio como aprendizado para me blindar. Um trauma que modestiamente eu precisava, sempre vivi no mundo da "Cinderela" e qualquer jura sempre brilhou meus olhos mas agora, já não me encanto com qualquer papinho
Então, além de acrescentar que me ajudou em "crescer", preciso dizer que me preparou para outros possíveis "golpes".
Para tudo isso, eu só tenho é gratidão.
Comecei esse texto em duas fases muito diferentes da minha vida, uma eternamente apaixonada e outra já sem um pingo de amor. Certamente vocês notaram as incoerências e inconscientencias do texto mas o importante é desabafar.
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